
Bruxelas já fez “tudo o que podia” e remeteu qualquer decisão do Brexit para a Câmara dos Comuns Inglesa, tal como o Parlamento Europeu, que recusa votar o texto antes da aprovação de Londres. O Governo de Boris Johnson iniciou entretanto uma maratona de três dias para conseguir aprovar no Parlamento britânico o seu acordo.
É a nova estratégia, depois de o presidente da Assembleia britânica, John Bercow, ter proibido segunda-feira uma nova votação do texto acordado a semana passada em Bruxelas,.
Sem desistir, o Governo de Johnson publicou logo depois a proposta de lei para o Brexit, acelerando o processo de debate e aprovação no Parlamento em três dias, de forma a tentar ratificar o acordo de saída até à próxima semana.
“O uso de procedimentos acelerados ocorreu devido ao prazo que temos para 31 de outubro”, justificou o ministro responsável pelos assuntos parlamentares, Jacob Rees-Mogg.
No sábado, o texto do acordo acabou por nem sequer ser votado, depois dos deputados aprovarem uma emenda que suspendeu qualquer ratificação final até ser aprovada a legislação a regulamentar o texto.
À espera de Londres
O Parlamento Europeu está debatendo a proposta de acordo, em Estrasburgo e o Presidente do Conselho Europeu e o Presidente da Comissão Europeia estão atualizando os eurodeputados sobre a situação.
Os líderes europeus salientaram que uma saída sem acordo só poderá acontecer por vontade dos britânicos.
“Fizemos tudo o que podíamos para garantir um Brexit com acordo”, garantiu o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
Também o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, remete para o Parlamento de Londres a definição do próximo passo para o Brexit.
Texto: RTP, Portugal.