O Governo espanhol emitiu, no final na noite de terça-feira, um comunicado no qual afirmava que “a violência estaria se generalizando em todos os protestos” contra as penas de prisão aplicadas aos líderes separatistas da Catalunha. Até agora já foram detidas mais de 50 pessoas e dezenas de agentes das forças policiais ficaram feridos.
O Executivo espanhol acredita que os distúrbios até agora causados não são fruto de “um movimento pacífico dos cidadãos, mas sim da coordenação de grupos que utilizam a violência nas ruas para perturbar a convivência na Catalunha”.
“Uma minoria quer impor a violência nas ruas das cidades catalãs”, considera o Governo, referindo-se especialmente Barcelona, Tarragona, Girona e Lleida, onde “grupos de manifestantes atacaram a sede das prefeituras locais”.
Diante desta situação, o Governo valorizou o trabalho das forças de segurança e destacou de forma positiva a coordenação e trabalho conjunto entre a Polícia Nacional e a Guarda Civil”.
O Executivo de Pedro Sánchez assegura ainda que o seu objetivo “é e sempre será garantir a segurança e a convivência na Catalunha, algo que irá fazer de acordo com o seu compromisso de firmeza, proporcionalidade e unidade”.
O balanço provisório de incidências desde a noite de terça-feira até ao momento aponta para pelo menos 54 Mossos d’Esquadra feridos, alguns deles com fraturas e lesões consideráveis, e 18 polícias nacionais com ferimentos leves.
Pelo menos 29 pessoas foram detidas em Barcelona, 14 em Tarragona e outras oito em Lleida.
Em Barcelona houve mais de uma centena de barricadas incendiadas e, esta manhã (ontem 15), a presença de destroços levou a cortes nas principais ruas da cidade.
Também a circulação de veículos de alta velocidade entre Barcelona e Girona se encontra interrompida. O serviço encontra-se suspenso devido a um ato de sabotagem, com o corte intencional das linhas de fibra óptica, que está a afetar o sistema de comunicações da linha ferroviária.
O Supremo Tribunal de Espanha condenou, na segunda-feira, os líderes separatistas que tentaram declarar a independência da região em 2017 a penas de prisão de até 13 anos.
O ex-vice-presidente da Generalitat, Oriol Junqueras, foi condenado, por unanimidade, a 13 anos de cadeia por delito de sedição e má gestão de fundos públicos, os ex-conselheiros da Jordi Turull (ex-conselheiro da presidência), Raul Romeva (ex-conselheiro do Trabalho) e Dolors Bassa (ex-conselheira para as Relações Exteriores) foram condenados a 12 anos por delitos de sedição e má gestão, o antigo titular do cargo de conselheiro do Interior, Joaquim Forn e Josep Rull (Território) foram condenados a 10 anos de cadeia e Jordi Cuixart, responsável pela instituição Òmnium Cultural, foi condenado a nove anos de prisão por sedição.
Texto: RTP, Portugal.