O Presidente norte-americano incitou esta quinta-feira a Ucrânia a investigar o democrata Joe Biden. Em declarações junto à Casa Branca, Donald Trump aconselhou também a China a fazer o mesmo e admitiu a possibilidade de vir a fazer esse pedido ao Presidente chinês.
“Se fossem honestos quanto ao assunto, iniciariam uma enorme investigação sobre os Biden”, considerou o Presidente dos Estados Unidos perante os jornalistas. “Se eu estivesse no lugar do Presidente Zelenski, era o que faria”, sublinhou diversas vezes.
“E, já agora, a China também deveria investigar os Biden, porque o que aconteceu na China é tão grave como o que aconteceu com a Ucânia”, sustentou.
Quando questionado sobre se já tinha pedido ao Presidente chinês, Xi Jinping, que investigasse Joe Biden, Trump respondeu que não. “Mas é certamente algo sobre o qual podemos começar a pensar”, admitiu.
As declarações surgem numa altura em que o líder dos Estados Unidos arrisca vir a enfrentar um processo de impeachment por alegadamente ter pedido, durante uma chamada telefónica, ao Presidente Volodymyr Zelenski que investigasse o democrata Joe Biden e o seu filho, Hunter Biden.
O Presidente norte-americano acredita que Joe e Hunter Biden são culpados por crimes de corrupção na Ucrânia e na China.
Sobre a chamada telefónica, o Presidente continuou esta quinta-feira a negar que tenha feito algo de errado. “A queixa é totalmente incorreta, pois a conversa que tive [com Zelenski] foi absolutamente perfeita”, insistiu.
Denunciador anônimo
A polémica em que Trump e o presidente ucraniano estão envolvidos surgiu depois de um denunciante anônimo ter acusado o Presidente norte-americano de utilizar ilicitamente 400 milhões de dólares em apoios militares à Ucrânia, numa altura em que esse país se encontrava vulnerável face à Rússia, para que investigasse o seu potencial adversário nas eleições de 2020, Joe Biden, e o filho, Hunter Biden.
De acordo com o acusador, funcionários da Administração Trump retiraram do sistema de nformática a transcrição da conversa telefónica com o Presidente ucraniano e passaram-na para um sistema privado onde habitualmente é armazenada informação sensível à nível da segurança nacional.
“Estas ações deixaram claro, a meu ver, que os funcionários da Casa Branca perceberam a gravidade do que tinha sido conversado durante esse telefonema”, pode ler-se no relatório que denuncia Trump.
O autor da denúncia contra Donald Trump foi recentemente apontado por fontes familiarizadas com a investigação como um agente da Agência Central de Informações (CIA) que já trabalhou na Casa Branca.
Texto: RTP, Portugal. Foto: Leah Millis – Reuters.