2 Análises sobre a Emancipação política de Alagoas

Histórica narrativa

*Por volta do século XVI, o litoral do atual estado de Alagoas foi invadido por povos de língua tupi procedentes amazônicos. Eles expulsaram os antigos habitantes, falantes de línguas do tronco linguístico macro-jê, para o interior do continente. No século 16, quando os primeiros europeus chegaram ao litoral de Alagoas, ele era habitado pela nação tupi dos caetés.

A história de Alagoas se inicia antes da chegada ao Brasil pelos portugueses, o estado era povoada pelos índios caetés. A costa do atual Estado de Alagoas, reconhecida desde as primeiras expedições portuguesas, desde cedo também foi visitada por embarcações de outras nacionalidades para o escambo de pau-brasil (Caesalpinia echinata).

Quando da instituição do sistema de Capitanias Hereditárias (1534), integrava a Capitania de Pernambuco, e a sua ocupação remonta à fundação da vila do Penedo (1545), às margens do rio São Francisco, pelo donatário Duarte Coelho Pereira, que incentivou a fundação de engenhos na região. Palco do naufrágio da Nau Nossa Senhora da Ajuda e subsequente massacre dos sobreviventes, entre os quais o Bispo D. Pero Fernandes Sardinha, pelos Caeté (1556), o episódio serviu de justificativa para a guerra de extermínio movida contra esse grupo indígena pela Coroa portuguesa. Ao se iniciar o século XVII, além da lavoura de cana-de-açúcar, a região de Alagoas era expressiva produtora regional de farinha de mandioca, tabaco, gado e peixe seco, consumidos na Capitania de Pernambuco.

Mapa de Luís Teixeira (c. 1574) com a divisão da América portuguesa em capitanias. A linha de Tordesilhas está deslocada dez graus mais a oeste.

Durante as invasões holandesas do Brasil (1630-1654), o seu litoral se tornou palco de violentos combates, enquanto que, nas serras de seu interior, se multiplicaram os quilombos, com os africanos evadidos dos engenhos de Pernambuco e da Bahia. Palmares, o mais famoso, chegou a contar com vinte mil pessoas no seu apogeu. Constituiu-se em a Comarca de Alagoas em 1711, e foi desmembrado da Capitania de Pernambuco (Decreto assinado pelo Rei de Portugal, Dom João VI, em 16 de setembro de 1817), dada a importância de Alagoas para a Corte Portuguesa. O seu primeiro governador, Sebastião Francisco de Melo e Póvoas, assumiu a função a 22 de janeiro de 1819.[2]

Durante o Brasil Império (1822-1889), sofreu os reflexos de movimentos como a Confederação do Equador (1824) e a Cabanagem (1835-1840). A Lei Provincial de 9 de dezembro de 1839 transferiu a capital da Província da cidade de Alagoas (hoje Marechal Deodoro), para a vila de Maceió, então elevada a cidade.

A primeira Constituição do Estado foi assinada em 11 de junho de 1891, em meio a graves agitações políticas que assinalaram o início da vida republicana. Os dois primeiros presidentes da República do Brasil, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, foram alagoanos. Os dois receberam homenagens ao terem seus nomes vinculados as cidades de, Marechal Deodoro – Alagoas (homenagem a Marechal Deodoro da Fonseca) e Florianópolis – Santa Catarina (homenagem a Marechal Floriano Peixoto).

Histórica narrativa crítica**

Alagoas, que dependia administrativamente e politicamente de Pernambuco, era declarada emancipada pelo rei de Portugal, Dom João VI. A época era de movimentos revolucionários contra a coroa portuguesa por todo o Brasil. Segundo a maioria dos historiadores e professores do Ensino Fundamental, o desmembramento teria sido uma forma de punição da Coroa a Pernambuco por causa da revolução que resultou na Insurreição Pernambucana, e um prêmio à Alagoas por não ter aderido ao movimento republicano, em 1817.

Hino de Alagoas: Letra de Luiz Mesquita, composição de Benedito Silva. O hino foi adotado em 1894. Vídeo: Imagens de Alagoas. Livros, pessoas, cenas de filmes, eventos, música, folclore. O hino é interpretado por Eliezer Setton.

A história da emancipação política de Alagoas é sempre contada do ponto de vista dos historiadores pernambucanos. Alagoas aparece sempre como um sujeito passivo, fruto de um heroísmo pernambucano, e como um prêmio aos alagoanos por não ter aderido a revolução de 17, o que soa um tanto quanto traíra. Essa versão desmerece a importância do território alagoano, do ponto de vista estratégico para a coroa portuguesa.

Alagoas, sempre teve sua importância política. O primeiro presidente do Brasil após a proclamação da independência, foi o Marechal Deodoro da Fonseca. Do ponto de vista econômico, Alagoas possuía a cultura da cana de açúcar, latifúndios, fazia divisa estrategicamente com a Bahia e com Pernambuco onde os movimentos republicanos estavam estourando, ou seja, firmar uma base política em Alagoas era importante para Portugal.

Alagoas sempre esteve também envolvida nos grandes acontecimentos relevantes da história brasileira, com o primeiro presidente após a era monárquica, que foi Marechal Deodoro da Fonseca, a história de Calabar, em Porto Calvo, a resistência quilombola de Zumbi dos Palmares, tivemos escritores como Gracilano Ramos, entre outros.***

Textos: *1. Wikipedia. 2.** Emerson Oliveira, cientista político e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)/G1 ((Texto com modificações feitas pela redação porém sem alterar o conteúdo)