Capacitações marcam a integração dos projetos com o objetivo de desenvolver produtos a partir dos materiais de descartes e gerar nova fonte de renda para esses grupos
Transformar realidades e fazer a diferença na vida das pessoas é o propósito do Sebrae em Alagoas. Desde agosto deste ano, estão sendo realizadas consultorias para ensinar membros das quatro cooperativas de reciclados de Maceió – Cooprel (do Benedito Bentes e da Vila Emater), Cooplum e Coopvila – a transformar materiais reciclados em artesanato com valor agregado. As capacitações marcam a integração dos Projetos Reciclados de Alagoas e Brasil Original.
As oficinas estão sendo ministradas por Daniela Fonseca, consultora credenciada ao Sebrae em Alagoas, sempre às sextas-feiras, até o fim de setembro, e visam preparar esses grupos para desenvolver produtos a partir dos materiais de descartes e, com isso, agregar mais valor para esse trabalho e gerar renda.
“Muitos projetos desenvolvidos pelo Sebrae formam uma cadeia, e suas expertises ajudam uns aos outros. Com essa integração específica, conseguimos agregar valor a um produto utilizando aquilo que é considerado lixo, mas que, na verdade, é um resíduo, um material que pode ser reciclado para sair dos nossos aterros sanitários e virar uma nova renda. Sem falar que estamos mudando a vida de várias pessoas com um trabalho lindo e nobre, que valoriza esse público, já que consegue transformar tudo em arte.”, destacou Ana Paula Dantas, analista da Unidade de Indústria (UIND) do Sebrae em Alagoas e gestora do Projeto Reciclados de Alagoas.
Ainda de acordo com Ana Paula, as oficinas já vêm trazendo resultados incríveis, e o objetivo está sendo alcançado. “A primeira peça que eu vi foi um colar. Estava maravilhoso! Na hora, meus olhos encheram de lágrimas, por saber que estamos contribuindo para uma nova fonte de renda dentro daquelas cooperativas de reciclados. São notórias a felicidade e a satisfação de cada uma dessas pessoas, e eu acredito que elas jamais imaginaram que, um dia, fariam aquele tipo de produto utilizando o lixo. Estou muito feliz com a integração dos projetos, ainda mais por saber que estamos mudando a vida das pessoas e transformando realidades.”, conta Ana Paula, emocionada.
Marina Gatto, analista da Unidade de Comércio e Serviços (UCS) do Sebrae em Alagoas e gestora do Projeto Brasil Original, também destacou a importância de unir projetos e transformar a vida das pessoas.
“Fazer artesanato nesse contexto é uma oportunidade de unir a habilidade que existe em cada um ao riquíssimo material que as cooperativas de reciclados tiram do lixo. As pessoas que os recolhem são verdadeiras guerreiras de vida. A ideia de juntar o ‘lixo’ ao artesanato veio a partir de estudos que nos mostram o quanto de resíduos existem no mundo e como nosso planeta está sendo maltratado por descuidos humanos. Vimos nessa possibilidade, além de ajudar nosso país, uma forma de mostrar que esses descartes podem gerar outras oportunidades de ganho de vida. É uma forma de fazê-las enxergarem o lixo que elas recolhem das ruas como algo que pode ter valor, até ser luxuoso.”, complementou Marina.
Por fim, Marina demonstrou sua felicidade em ver a ação dando resultados. “Isso é o maior ganho que podemos ter com o nosso trabalho. Ao planejar alguma ação dentro de um projeto, penso, primeiro, se aquilo agregará valor para o trabalho e para a vida do cliente. Enxergo nos artesãos que atendo muita capacidade de crescimento, de ganho pessoal e de abertura de visão de mundo. Não adianta pensar apenas em ações que serão imediatas, mas naquelas em que possamos deixar algum legado.”, concluiu.
Texto: Fátima de Paula – Algo Mais Consultoria e Assessoria/SEBRAE.