XX Nordeste Cantat

13/09/2019
Teatro Deodoro
18h30
R$ 20,00 (inteira) // R$ 10,00 (meia)


O Festival Nordeste Cantat, tradicional evento de Canto Coral do Nordeste, conhecido pela sua diversidade cultural, objetiva disseminar a boa música às Comunidades alagoanas que não têm acesso a esse segmento cultural. A FAC quer tornar isso uma realidade. Queremos formar plateias, e que esse público conheça a boa música, premiando as comunidades carentes excluídas dos roteiros culturais, inserindo, conhecendo compositores brasileiros, a MPB e a arte do Canto em grupo.

OS 20 ANOS

Desde 1999 até 2018, levamos às crianças e jovens dos municípios interioranos, aulas de folclore, canto coral, flauta, de instrumentos de percussão venezuelanos e indígenas, a percussão dos grupos de forró, e o ritmo do baião de Luiz Gonzaga, a música de Noel Rosa e Vinícius de Moraes e aos compositores alagoanos, e em 2019, celebrando os 20 anos do Festival Nordeste Cantat, a homenagem só poderia ser com o “Rei do Ritmo”, Jackson do Pandeiro, que se fosse vivo, completaria em 31 de agosto, 100 anos.

Durante estes quatro dias, teremos atrações inesquecíveis comemorando os 100 anos do pequeno, mas grande “Jack”. Coros de Alagoas, do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro, se revezarão, oferecendo em um grande intercâmbio, o melhor da música, das operas, até aos cocos, xotes, baiões, e sambas interpretadas pelo cantor. Todas tão bem cantadas e coreografadas por nossos coros alagoanos e brasileiros. Será um presente para o público, que, esperamos, deverá lotar o Teatro Deodoro em todos os dias do evento.

E, claro, nosso convidado especial, o Coro Aparcanto, de Montevidéo, Uruguai, nosso velho conhecido, que durante estes 20 anos, prestigiou três vezes nosso Festival, escolheu Alagoas para a comemorar os seus 30 anos de existência. Será muita festa!

Em 2019, o Festival acontecerá de 12 a 15 de setembro, em duas espaços de espetáculos. No primeiro, dia 12, no Auditório Oscar Sátyro, do IFAL, templo estudantil de onde saiu o Coretfal, que até hoje brilha nos palcos, até de além mar, e o segundo, de 13 a 15 de setembro, o histórico Teatro Deodoro, que guarda muitas memórias desses 20 anos de Festival Nordeste Cantat.

No geral, além de Jackson do Pandeiro, juntam-se na comemoração, poesias, Reisados, Guerreiros, e músicas de nossos vários compositores: Alceu Valença, Sivuca, Tororó do Rojão, Luiz Gonzaga, Adoniran Barbosa, Antônio Nóbrega, Elieser Setton, Luis Bandeira, Lia de Itamaracá, Cartola, Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Djavan, Chico Buarque, Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Gilberto Gil, tudo em mãos dos melhores arranjadores do Brasil, como Eduardo Dias de Carvalho, Islene Leite, Marcio Medeiros, Robert Alexandre, Marcelo

Caldi, Luiz Martins, Sérgio Teles, Nilton Souza, Wagner Rodrigues, Benedito Fonseca, Paulo Malaguti, Carlos Alberto Pinto Fonseca, e muitos outros, além os clássicos de Ernane Aguiar, Camille Saint Sãns, Spirituals, todas cantada por esses artistas anônimos, os coros participantes desta 20ª edição do festival, com a participação especial do internacional Coro Aparcanto e a Missa Criola.

A Federação Alagoana de Coros deseja fazer um diferencial na realização de um grande show com crianças jovens, homens e mulheres da Melhor Idade, encenando, cantando e comemorando o prazer de estarem juntos, dividindo em um mesmo palco, as suas experiências.

A FAC estará sempre levando a instrução musical e o progresso intelectual nessa ou naquela cidade, que não tem acesso a esse tipo de espetáculo, despertando nelas a cultura musical, através do canto coral, e aprendendo a divulgar, valorizar, incentivar e desenvolver a música nordestina, o samba e a Música Popular Brasileira na Região Nordeste.

A FAC pretende realizar 60 Concertos Musicais, entre oficiais e paralelos. Os Concertos Oficiais acontecerão no período de 12 a 15 de setembro, no IFAL e Teatro Deodoro, em Maceió, e contará com a participação maciça de todos os coros alagoanos. Os Concertos Paralelos no interior, serão nas Prefeituras das cidades de Marechal Deodoro, e Pilar, e Coruripe, onde acontecerão novos concertos de corais, representando regiões e estilos musicais variados, visando mostrar ao público a diversidade cultural dos seus estados e países, nas diferentes técnicas utilizadas por cada grupo.

Durante a realização do Festival, estaremos promovendo 60 Concertos Paralelos dos coros em Igrejas, instituições para o trato da deficiência, concertos didáticos na V Oficina de Canto e Técnica Vocal com a maestrina e pianista Beatriz Rodrigues, do Rio de Janeiro, nas escolas do Município, Benedita da Silva, Pompeu Sarmento e Paulo Bandeira, especialmente em bairros da periferia das cidades, isolados pela violência urbana, visando a inclusão no roteiro cultural de comunidades carentes sem acesso a produções artísticas, incluídas no Índice de Desenvolvimento Humano abaixo da Média e no Índice de Exclusão Social acima da Média, segundo dados do IBGE, despertando neles o interesse pela boa música, através do canto coral.

O XX Festival Nordeste Cantat tem o patrocínio do SEBRAE e do SESI, com Apoio Cultural da Secretaria de Estado da Cultura, da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude, da Fundação Municipal de Ação Cultural.

O TEMA: 100 ANOS DE JACKSON DO PANDEIRO

Em um país cuja principal festa popular é o Carnaval, onde uma caixinha de fósforo é sinônimo de samba e um prato de cozinha instrumento de batuque, ser considerado o Rei do Ritmo, convenhamos, não é pra qualquer um.

Mas um franzino paraibano, de nome José Gomes Filho, natural de Alagoa Grande, pobre, afrodescendente e analfabeto até os 35 anos de idade, contrariando o futuro que lhe estendia as mãos, transformou as batucadas do seu destino. Tomou à frente a cena musical brasileira e, deixando para trás o swing de nomes como Wilson Simonal, Toni Tornado, Bezerra da Silva, Jorge Ben e tantos outros mestres do balanço, recebeu, com méritos, a concorrida alcunha de Rei do Ritmo.

Jackson do Pandeiro, como mais tarde ficaria conhecido José Gomes Filho, alcançou tal prestígio não apenas por dominar como poucos o instrumento que lhe empresta o sobrenome artístico, mas, também, e principalmente, por sua singularidade ao interpretar canções que viriam a definir a essência rítmica do cancioneiro nordestino.

Esse artista tinha uma característica de divisão métrica dentro da música que é inato. Nem ele conseguia explicar. Pegava uma frase melódica, com tempo e marcação definidos e saía quebrando isso o tempo todo. Ás vezes adiantando, às vezes atrasando, mas sempre ao final coincidindo com os acordes da música. Essa brincadeira que o Jackson fazia com a voz e com as músicas é algo realmente impressionante! O grau de sofisticação, a técnica que ele usava e ao mesmo tempo a intuição, que é aquela coisa natural que vinha espontaneamente e nunca se repetiu e provavelmente nunca se repetirá porque dificilmente surgirá outro como ele”.

Jackson transitava do forró ao samba, passando por todos os seus subgêneros, como o baião, xote, xaxado, coco, arrasta-pé, frevo, em fim, tudo que tivesse batuque, com extrema autenticidade, imprimindo um nova cadência aos ritmos que, já no início do século XX, se apresentavam como a base sonora por qual seguiria a música popular brasileira nos anos seguintes. Jackson morreu, quase no ostracismo, em julho de 1982.

A afirmação é do jornalista Fernando Moura, que ao lado do também jornalista Antônio Vicente, lançou em 2001, pela Editora 34, a biografia do músico, intitulada “Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo”, que apresenta a vida e a obra do músico desde o seu nascimento em 1919, até a sua morte.

SERVIÇO:

O QUE – XX FESTIVAL NORDESTE CANTAT

QUANDO – DE 12 a 15 DE SETEMBRO DE 2019

ONDE: IFAL e TEATRO DEODORO

HORÁRIO: Quinta-feira, dia 12/09, às 18:30min. – Auditório Oscar Sátyro – IFAL;

Sexta Feira, às 18:30min. – Teatro Deodoro;

QUANTO: Ingressos: Teatro Deodoro

R$ 20,00 – Inteira.

R$ 10,00 – Estudantes com carteira e idosos.

Texto e Imagem: Teatro Deodoro